Cinzas
- mayavitorino
- 29 de fev. de 2016
- 1 min de leitura

Aprendi a amar os dias cinzas.
Na verdade não foi fácil. Os dias claros e coloridos pareciam mais fáceis, mais bonitos, mais interessantes. Até que a sucessão de dias cinzas chegou. Trouxe a chuva, o vento forte. Parece insuportável a princípio.
Veja bem, é fácil admirar os dias bonitos, memorizar, querer que ele permaneça sempre. É fácil ver Deus nos dias claros, nos dias em que mais sorrimos. A nossa intimidade até cresce, sentimento de estar completo, todos os desejos realizados e ainda Ele por perto.
Dai então tudo muda e os dias cinzas chegam, os momentos já não são tão agradáveis como antes e a vontade de eternizar passa. Bate a saudade dos dias claros, da alegria momentânea e até da intimidade com Deus, que é esquecida nesse processo.
Que bonito seria sorrir no tempo cinza, quando poucos são capazes de sorrir.
É que o tempo cinza cega, faz acreditar que só existe solidão e tristeza. E então a vontade de desistir aperta, a confiança some e a desesperança chega. As duvidas surgem e ver Deus se torna impossível, aliás, "esquecível". Eu e o problema.
Existem duas alternativas: simplismente chorar e acreditar que está sozinha ou amadurecer. Quando a escolha é amadurecer e o crescimento chegar o dia cinza já não se torna insuportável, ele dá lugar a fé. A venda cai e enxerga Deus. De repente a solidão se vai, ela de fato nunca existiu. E então tudo se clareia novamente, mas agora, não mais menino, está preparado para o dia cinza. Está preparado para sorrir no dia cinza. Se tornou de fato um homem...
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